Eu preciso chorar, mas não encontro um lugar.
Uma das coisas mais difíceis nesta vida é chorar, não tem como achar um lugar.
Chorar é uma necessidade como qualquer outro tipo de ação, porque talvez, poderia te curar até de uma depressão.
Mas, se você chora dentro de casa, logicamente vai entrar no banheiro, e se nesta casa vive outros com você, na porta vai bater... se abre, pode saber que deverá responder a este ato sem querer. Parece até que nos condenam e precisam de respostas para que te dê a liberdade. Mas, era somente um desabafo, nem eu mesma sei o porquê de tanto choro. Como posso explicar que as minhas lágrimas não valem ouro?
Desista de fazer isto em casa e vai procurar outro lugar. Onde? Nada melhor que uma igreja, lá, posso chorar e ninguém vai querer saber o motivo deste choro, ali todo mundo chora e depois vai embora. Esquecendo que, ao experimentar este novo modo de chorar, não tive sossego, quando ao chorar, o Padre ao pregar me fazia sentar, ajoelhar e levantar.
Foi assim que percebi que a igreja não era o lugar certo e necessitava imediatamente de encontrar um lugar ali por perto, mas qual? Oh meu Deus! Justo eu que pensava que chorar fosse tão normal.
Nada é fácil neste mundo, nem chorar mais eu posso. De repente, olhando bem em frente, senti vontade de sorrir, minha face se esplandeceu, o sorriso tomou conta do meu rosto, pois, encontrei um lugar que foi Deus a me mostrar com gosto.
Olhei aquele território sem fim, todo para mim. Era um cemitério e ninguém poderia me ver, nem mesmo num aéreo.
Feliz e contente fui chorar, precisava só encontrar um lugar para me sentar... assim, fui escolher:
"Aqui Jaz Maria"... não gostei, decidi que ali não ficaria. Pouco em frente tinha o túmulo de Miguel, tinha da Carmelita e um outro escrito: "Aqui Jaz um Coronel". Tinha túmulo até de um cão e escolhi chorar no túmulo do João.
Quando me preparei para o primeiro respiro de um grande choro e as lágrimas iniciavam a cair, surgiu uma mulher, que mais parecia vigiar por toda a noite e todo dia aquele túmulo, desejando descobrir se João tinha uma amante. E por infelicidade, naquele instante, tudo se transformou em calamidade.
Ela se alterou, me avançou tentando me bater e gritava:
- Então era você, que eu também tive que manter?
Cuspia ao gritar, que mais parecia um chuveiro e dizia:
- Onde está todo o dinheiro que deixei com meu marido? Foi você, sua safada, que dormia com o meu querido? E agora? Vem chorar para pedir perdão, bem aqui, no túmulo do meu João?
Era uma esposa traída e falida, pensando que fui eu a destruir sua vida.
Naquele instante, descobri que nunca mais poderia chorar no túmulo de uma pessoa estranha. Por pouco apanhava, pois, o João, mesmo morto, ainda tinha alguém que o amava. Na verdade, descobri que não poderia mais chorar, por não encontrar um lugar justo para ficar.
Escrevi este texto depois de ver na televisão uma comediante italiana recitá-lo, de um modo diferente. Achei maravilhoso, criativo e tiro o chapéu para uma artista como ela.
O tema recitado foi enorme e o que eu escrevi pouco por tudo que vi ela representar ao utilizar este tema: O CHORO.
Foi assim que percebi que a igreja não era o lugar certo e necessitava imediatamente de encontrar um lugar ali por perto, mas qual? Oh meu Deus! Justo eu que pensava que chorar fosse tão normal.
Nada é fácil neste mundo, nem chorar mais eu posso. De repente, olhando bem em frente, senti vontade de sorrir, minha face se esplandeceu, o sorriso tomou conta do meu rosto, pois, encontrei um lugar que foi Deus a me mostrar com gosto.
Olhei aquele território sem fim, todo para mim. Era um cemitério e ninguém poderia me ver, nem mesmo num aéreo.
Feliz e contente fui chorar, precisava só encontrar um lugar para me sentar... assim, fui escolher:
"Aqui Jaz Maria"... não gostei, decidi que ali não ficaria. Pouco em frente tinha o túmulo de Miguel, tinha da Carmelita e um outro escrito: "Aqui Jaz um Coronel". Tinha túmulo até de um cão e escolhi chorar no túmulo do João.
Quando me preparei para o primeiro respiro de um grande choro e as lágrimas iniciavam a cair, surgiu uma mulher, que mais parecia vigiar por toda a noite e todo dia aquele túmulo, desejando descobrir se João tinha uma amante. E por infelicidade, naquele instante, tudo se transformou em calamidade.
Ela se alterou, me avançou tentando me bater e gritava:
- Então era você, que eu também tive que manter?
Cuspia ao gritar, que mais parecia um chuveiro e dizia:
- Onde está todo o dinheiro que deixei com meu marido? Foi você, sua safada, que dormia com o meu querido? E agora? Vem chorar para pedir perdão, bem aqui, no túmulo do meu João?
Era uma esposa traída e falida, pensando que fui eu a destruir sua vida.
Naquele instante, descobri que nunca mais poderia chorar no túmulo de uma pessoa estranha. Por pouco apanhava, pois, o João, mesmo morto, ainda tinha alguém que o amava. Na verdade, descobri que não poderia mais chorar, por não encontrar um lugar justo para ficar.
Autora: Aymée Campos Lucas
Escrevi este texto depois de ver na televisão uma comediante italiana recitá-lo, de um modo diferente. Achei maravilhoso, criativo e tiro o chapéu para uma artista como ela.
O tema recitado foi enorme e o que eu escrevi pouco por tudo que vi ela representar ao utilizar este tema: O CHORO.