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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Aventura de Louco, Todo Mundo Quer um Pouco - XX

Onde Nasce uma Paixão

E ali, pousei os meus pés pela primeira vez para desvendar todo e qualquer mistério que naquele lugar eu pudesse ver diante de mim... Desta vez, neste pequeno momento de minha vida, eu estaria confrontando este labirinto junto à pessoas que gosto tanto e que futuramente encontrarão caminhos diferentes de mim...

 E assim a estória continua...
Uma corrente de acontecimentos entre amigos
formam elos que jamais serão esquecidos!
Depois... Mesmo distante, serão sempre revividos!

"Que lindas flores aqui neste campo... Parece com as flores que minha avó tem em seu jardim. Minha avó ama flores e me lembro o dia em que ela plantou para mim flores parecidas com esta em um vaso e me presenteou... Para mim foi um gesto tao lindo que estará sempre em minha memoria!"
Pensei... 
Ao entrarmos no carro para irmos para a cidade eu deitei todo o meu corpo nos ombros de Júnior e comecei a olhar para fora do carro e continuei a pensar sobre olhar coisas que estou vivendo que me levam para alguma parte de meu passado...
"Retornar ao passado só mesmo através de nossas mentes... Recordar, requer habilidade e esforço como se estivéssemos fazendo uma pesquisa. Tem coisas que estão escondidas em nosso subconscientes que só mesmo fazendo uma busca minuciosa, conseguimos relembrar cada detalhe. 
Quando apreciamos uma paisagem vista ao improviso, quando pegamos um livro para ler e também vendo imagens ou mesmo se lermos pequenos pensamentos que uma outra pessoa escreveu, nos faz automaticamente recordar de alguma coisa que vivemos, que comparada ao que viu ou leu, poderá encontrar muito igualdade... Porque nos parecemos iguais em tanta coisa? Porque somos assim?
Acho que a resposta seria porque somos um animal repleto de instintos criados por Deus! Estes instintos serão iguais para todos, mas desenvolvê-los é que nos faz parecer diferentes. Repare qualquer outro animal... Cada modo de agir de uma espécie diferente de nós, também será sempre igual.


Se olharmos a formiga parecem que suas atitudes são sempre repetitivas onde cada uma estará fazendo a mesma coisa. O mundo animal é rico em mistérios...
Todos os seres vivos tem o seu modo de agir igual aos de sua espécie... A formiga, O leão, o elefante, o cão... Mas por detrás do que vemos, poderemos ter a certeza que em alguma coisa, este seres da mesma espécie serão diferentes.
O ser humano vive, deseja o mesmo que qualquer outro ser humano... Ele necessita de aprender, de amar, de sorrir, de chorar, de falar, de pensar. As histórias vividas serão diferentes, mas quando comparadas conseguiremos relembrar alguma coisa que vivemos. 
Este instinto animal que existe em todos nos, necessita de ver tudo que tem de novidade, criando um elo que se transforma em uma corrente de informações ao se comunicar. 
Quando começo a pensar o que o futuro está nos proporcionando para nos deixar ativos, eu admiro!  Nos tempos atuais, a tecnologia nos presenteou um modo de comunicarmos altamente importante, por conseguirmos ver o modo de pensar de pessoas, que jamais imaginaríamos de poder um dia ter um contato sentimental, transformando estes seres parte de nossas vidas, onde poderá nos ensinar, ainda mais, e com certeza nos fará relembrar coisas que vivemos, porque o nosso passado estará sempre em memoria.
Fazer reviver o passado, muitas vezes é um de nossos modos de comunicar, porque foi ali que aprendemos e assim surge a necessidade de mostrar para um amigo o que um dia fizemos e... Nos  tanta alegria com o que este possa ter feito igual a você! Apenas ouvindo um de seus contos vividos, o outro logo dará a sua opinião dizendo que também já viveu algo similar. 
Muitas vezes, temos dificuldades de relembrar, e é tão bom quando alguém relembra algo que esquecemos. Eu estou, agora, neste carro onde todos se calaram por um pouco e olhando Lucas que agora está vivendo aqui, me faz relembrar a primeira vez que o conheci... Ele estava na varanda de sua casa comendo uma fruta e viu Letícia sentada na varanda de nossa casa... Quando cheguei perto dela, ela me mostrou o vizinho dizendo o quanto era lindo para ela. Ele lá da varanda a olhou , sorriu e ofereceu um pedaço da fruta. Letícia aceitou dizendo que não tinha como pegar, que ele teria de vir até a nossa casa e foi assim que os dois se conheceram e até hoje estão juntos. Toda vez que vão comer uma maça, eles relembram do passado que um dia os fizeram estarem hoje juntos e felizes. Coisas assim são inesquecíveis, mas existem outras que dificilmente serão relembradas. Tantas pessoas desde jovem percebem isto e começam, a construir um diário detalhado para que no futuro possa recordar, porque sabem que existirão coisas que serão esquecidas e mesmo com muito esforço, serão difíceis de relembrar.  


Nosso cérebro que mais parece um computador, pode se tornar complicado se não soubermos administrar seriamente tentando colocar ordem em cada detalhe vivido. Porque quem o administra poderá jogar para o lixo tantas coisas que um dia pensou de não servir. O que poderia ter tido em todo aquele caminho que vivi e deixei um dia para trás? O que eu poderia ter feito ali que não consigo mais recordar?
Cuidado! Pois,  no futuro, algo te servirá a um fim, e se você não souber administrar, poderá se encontrar em situações constrangedoras ou mesmo em apuros. Poderá se encontrar em situações que te deixaria completamente envergonhada " 
Olá, como vai?... 
Assim você ao ver este olá, pensa... 
"Mas quem é esta pessoa? De onde eu a conheço? E agora, o que fazer? Ser sincera? Me desculpe não me lembro de você. Mentir?  Olá, quanto tempo! O que tem feito? E a sua mãe como vai?"
Mentir não é a solução. Fingir de recordar, você poderá se dar mal...
"Porque está perguntando pela minha mãe? Não se lembra onde nos conhecemos? Porque mentiu? Eu não ficaria chateada se você tivesse sido sincera comigo, aliás te diria tudo que vivemos um dia juntos, para darmos boas risada quando você conseguisse relembrar. Muitas vezes nosso cérebro nos apronta cada constrangimento que qualquer pessoa pode viver o mesmo que você viveu agora. Sabe, nos conhecemos em uma conferencia de trabalho e de minha mãe eu nunca falei!" 
O que fazer em situações assim? Só nos resta pedir desculpas.
Poderá também existir situações drásticas...
"Sua filha está no hospital muito mal, precisa urgente de um doador... Qual o tipo sanguíneo dela?
O que fazer se eu não sei nem o meu tipo sanguíneo... O que fazer se eu sou distraída? Eu nem me lembro a idade dela, quanto mais o tipo sanguíneo... Eu nem lembro da minha idade!  "
Trabalhar com seu cérebro requer muita astúcia, porque ao atingir uma certa idade não conseguiremos relembrar como quando ainda se é jovem.... Mas existem coisas que basta um pequeno click que automaticamente aparece em memoria. Tem vez, que só de vermos uma fotografia, tudo aparece na sua frente como em um cinema. Esta sensação de reviver algo que nos deu momentos de felicidade, é radiante e serão seus olhos a demonstrar a tal alegria!
E tem o recordar de passagens importantes de nossas vidas que jamais serão esquecidos.


Qual seria a pessoa que não conseguiria recordar do seu cachorro que te seguia para onde você iria e quando o olhava mais parecia um monstro... Quem não recorda dos amigos da escola, da sua primeira professora, do seu dentinho jogado no telhado, do primeiro beijo, dos grandes amigos... Aqueles que te fizeram crescer um pouco mais na adolescência... Do beijo roubado em pera, uva, maça e salada mista...


Qual pessoa não conseguiria recordar um amigo de um trabalho ou o casamento de seu melhor amigo que não está mais ao seu lado, mas ao recordar o passado começa a sorrir sozinho, quando ao improviso relembra que fugiam pelas ruas da cidade, antes que o dono daquela casa aparecesse na porta para brigar, porque os dois apertaram a campainha da sua casa?
Quem não conseguiria recordar daquela despedida de seu grande amigo, que ao partir para sempre para uma outra cidade, talvez, bem longe do seu País, recomeçaria uma nova vida que o faria crescer e se tornar independente?


Qual pessoa não recordaria da seu primeiro bichinho de pelúcia? Quem não recordaria da merenda de sua escola... Aquela que te fazia  perder todo o recreio para estar reunidos com grupo de amigos, conquistados em hora de recreio? Do primeiro contacto com o sexo oposto, do nosso primeiro All Stars?


Quem não recorda da primeira viagem sozinho, sem os pais por perto para te corrigir, onde se divertiam ao dividir um quarto de republica, para economizar por não ter mesmo o que economizar?
Em minha infância vivi tantas aventuras... Sempre fui uma criança tímida, mas também muito curiosa e então a curiosidade vencia a timidez e assim praticava algo para poder haver mais uma descoberta em que a vida poderia  me proporcionar. Isto mudou em minha juventude...  Eu paralisei esta minha atividade de cada dia descobrir mais, por ter me apaixonado ao ponto de respeitar as suas vontades... Só que suas vontades me privava de tudo que o mundo poderia me mostrar e me oferecer.
As lembranças de minha vida estarão sempre presente em meu ser, jamais serão quebrados os elos que criei com pessoas que passaram e de algum modo criou laços comigo. Tem certas coisas que vivi que jamais serão esquecidas e esta viagem eu tenho certeza que será uma delas.
Existem elos que mais parecem elásticos, que mesmo estando distante anos e anos, serão ainda intactos como se estivesse sempre perto de nós, mas, na verdade, estará tão distante e dentro de nossa memória, a recordação estará marcada para sempre... E o elástico é assim... O elástico vai para tão longe, mas quando volta todo o pano fica perto novamente.


Este elo pode ser descrito de tantas maneiras e agora, me recordando, me lembrei da colcha de retalho de minha avó. Cada quadro de retalhos de uma colcha pode representar uma passagem de nossa vida. Minha avó sempre me falava isto quando me deitava em sua cama... Em sua cama existia sempre aquela colcha de retalhos criada por ela e com a ajuda de suas filhas. 
Quando era bem pequenina e me deitava em sua cama, para lhe dar carinho ela me falava:
"Olivia, escolhe um destes retalhos, qual deles você está achando bonito hoje? Escolhe que irei te contar a história dele..." 
E assim eu apontava um para ela, então ela me dizia:
"Que belo que escolheu este! 
Dizia sempre exclamando! Ela sabia de todos os detalhes daquela passagem, apenas olhando para um simples pedaço de pano.
Me recordo de tantas histórias... Uma vez, ao escolher, ela me falou:
- Você acha belo este? Neste retalho tem um pouco da vida de sua mãe... Foi um vestido que fiz para sua mãe quando ela estava ainda frequentando a escola e neste dia teria uma festa de aniversário, então eu costurei este vestido para que ela ficasse ainda mais bonita do que é! Sua mãe se sentiu uma rainha... Seu rosto me fazia perceber o quanto estava feliz com aquele vestido. A escola era tão distante e o seu avô preparou a charrete para que ela não se sujasse. Sua mãe era muito cuidadosa, e do mesmo jeito que ela foi para a escola, ela voltou... O seu vestido ainda estava muito limpo!
Contava como se estivesse próprio naquele dia... Que memória que minha avó tinha! Eu acho que jamais serei como ela!
Se eu  perguntasse qual retalho foi meu, ela logo achava um, para contar a história vivida. Me lembro que um dia me mostrou o retalho do vestido branco de laço rosa, que ela costurou para mim...


Olhando ali naquela colcha, parecia sem vida aquele pedaço de pano branco, mas a história contada era muito divertida e rica de emoção para mim. Ela fez o vestido com tanto zelo... Eu seria uma dama de honra e antes de entrar na igreja, quando todos estavam ainda se preparando para ir à igreja, eu sujei todo o vestido. 
Eles se descuidaram de mim e assim entrei na dispensa e peguei uma barra de chocolate escondida e me sujei toda... Minha avó ficou desesperada, era o casamento de sua sobrinha e eu não pude entrar com as alianças como ela queria. Tiveram de se contentar em ver as outras damas de honras impecáveis, enquanto eu estava simplesmente com um simples vestido azul, sentada no banco ao lado dela. Eu não me recordava, mas ela ao contar me fez relembrar o seu rosto naquele momento que por todo o matrimônio, estava entristecido, por eu ter feito algo errado, em um momento tão importante!


A colcha de retalho de minha avó até hoje esta em sua cama... Sempre quando lava uma tem outra para colocar no lugar, e depois que aprendi isto com ela eu venho guardando os meus retalhos. Guardo quando ela costura alguns de meus vestidos e mesmo se for um vestido comprado em uma loja, quando não me serve mais, eu recorto um pedaço dele, para colocar em minha colcha... Não sei se no futuro vou me recordar de tudo da maneira que a minha linda avó faz, mas já estou aprendendo a construir esta colcha que será o meu castelo sólido. As minhas recordações são importantes para mim, porque quando me recordo, eu posso ver o quanto cresci... Mas será que vale a pena crescer? Era divino ser criança!"

  
Leticia me apertou o braço tão forte que parei de pensar na mesma hora... Apertou forte e gritou:
- Ai, Olivia eu estou tendo cólicas! Eu não estou suportando de dor!
Fiquei apavorada... Aliás todos nos ficamos porque ela nos assustou com o grito. Por alguns instantes a dor passou e tudo se normalizou. Lucas falou que estávamos chegando e que ali no hotel ela poderia tomar o seu tão conhecido remédio, pois onde ela vai tem de levar este bendito remédio, por saber que em períodos como este, ela não teria como evitar de tomá-lo. Ao escutar Lucas, ela se tranquilizou.


Neste mesmo instantes chegarmos naquele hotel e eu gostei de tudo que vi... Talvez seja porque a aparência do hotel era como se estivesse vendo um sitio. Se chamava Hotel Turismo. Me senti toda importante ao ler aquele nome, pois me senti uma autêntica turista. Estava desejando entrar com o nariz empinado, mas dinheiro quem tinha era Lucas e os outros homens. 
Quando descemos do carro, novamente Letícia se sentiu mal. Disse que tudo ficou branco.
- Eu não me sinto muito bem, vida! Eu estou vendo tudo...
E desmaiou!
Eu entrei em pavor, não sabia o que fazer e em vez de continuar com o nariz empinado, abaixei as minhas cristas e corri na recepção como uma louca para pedir ajuda. Quando Lucas entrou com ela na recepção, havia um senhor que era um médico diplomado, estava ali em lua de mel,  foi isto que ele nos contou depois. 
Disse que Letícia precisava de repouso, provavelmente a viagem a fez sentir mal, por estar sempre fazendo muito calor. Mas ao fazer algumas perguntas, descobriu que estava para iniciar a seu ciclo menstrual e quando isto esta para acontecer é o mesmo que ouvirmos um sino de igreja... Não tem jeito, todos que estão em volta dela, acaba sabendo que é o momento, pois a dor é tanta que a transforma. Até nisto somos diferentes, porque eu não sinto nada... Não existe estes sintomas em mim. Eu sinto apenas um inchaço em meus seios e o abdômen aumenta um pouco como se tivesse comido alguns pratos preparados com arroz e feijão de uma só vez! Mas nada de dor, tonteira, nervosismo, alterações assustadoras como a dela, não! O que ela sente, parece que é uma guerra de testosterona e progesterona.
A partir deste momento algumas mudança deveríamos fazer... E uma delas seria esperar com que ela melhorasse para podermos explorar o lugar. Logo deveríamos almoçar, então decidimos aproveitar para conhecermos aquele novo ambiente.
Ela sentia uma cólica fortíssima... Assim. foi para o quarto de hotel, onde queria poder estar no escuro e Lucas preocupado a enchia de amparo, estava todo carinhoso, ele sempre faz isto quando ela se sente assim...


Não queria atrapalhar aquele momento deles, assim, depois de estar alguns instantes com ela, fui com Júnior  para o outro quarto que era praticamente do lado do quarto onde estaria Letícia.
Eu não queria estar ali dentro, havia muito sol lá fora e tudo para mim era novidade... Eu queria explorar e com passar do tempo, estando no quarto descansando, Júnior sentiu muito sono e queria continuar repousando. Eu insistia para que ele não dormisse, que fossemos ver a piscina, mas não adiantava, ele também estava muito cansado. 
Como pode alguém conseguir se cansar em um lugar como este?Júnior era estranho em alguns momentos, ele não era tão participativo em algumas coisas que eu gostava, nós éramos diferentes e isto me deixava chateada. Ele mesmo falou que queria viver momentos divertidos junto a mim, mas não demonstrava, sempre existia uma desculpa e desta vez disse de estar com sono.

 

Por não querer incomodá-lo, fui sozinha para a piscina que havia no hotel e ele nem se importou... Acho que nem me viu sair de perto dele, seu sono era profundo.
Juliano já estava ali com um binóculo em mãos, olhando toda aquela paisagem. Não sei onde ele conseguiu aquele binóculo, fiquei curiosa para saber, mas ao mesmo tempo, eu não esperava encontrá-lo ali, para mim foi uma surpresa vê-lo e quando o vi, tentei voltar para o quarto, mas foi inútil, pois ele me viu e me chamou:
Olívia! 
Me virei e sorri toda envergonhada... Seu sorriso parecia de satisfação por ter me visto, ali, sozinha. Tentei disfarçar a minha vergonha procurando falar alguma coisa que me fizesse estar mais descontraída:
- Onde você encontrou este binóculo? Ele te pertence?
- Não... Este binóculo é do hotel. O hotel oferece para os turistas poderem apreciar a Chapada... Daqui dá para ver um pouco dela.
- Verdade? Eu posso olhar?
- Claro! Vem aqui que te indico para onde deve direcionar.
O olhei sorrindo e fui para perto dele... Antes de me entregar o binóculo, me olhou profundamente e falou:
- Acho que você vai gostar demais de ver, é muito lindo... Este lugar é maravilhoso! Fazia tempo que não vinha aqui e agora que estou aqui, não vejo a hora de estar ali perto de tudo. Que pena que sua irmã não se sente bem!
- Mas vai passar logo. Quando ela toma o remédio e fica quieta por um tempo, ela se sente bem. 
Para qual direção eu tenho que olhar?
Falei olhando para ele... Parecia que a direção justa seria os seus olhos, pois ele não tirava os olhos de mim. Sentia um domínio sobre mim. Ele foi por detrás de mim tentando me direcionar e ao me tocar, eu senti meu corpo tremer. Não poderia fazê-lo perceber, mas ele ao me tocar, acho que sentiu esta minha sensação e me abraçou forte e falou:
- Está vendo aquela árvore pequena do outro lado da rua? Aponte o binóculo para ela um pouco elevado que você vai ver o mirante.
- Que lindo! Impressionante. Está dando para ver tudo!  " E sentir também... O seu perfume era muito bom. Eu senti aquele ar refrescante, com cheiro de madeira tão perto de mim, que senti vontade de respirar fundo!"
Neste momento, ele responde...
- Tudo não, Olivia... Tem coisas ali que só estando perto para poder apreciar. Se eu pudesse te levaria agora lá...
Falou quando se virou ficando na minha frente. Ele queria estar sozinho comigo e a todo instante demonstrava isto. Procurei mudar de assunto.


- Eu já sei que você gosta muito de caçar... Gosta também de pescar, Juliano?
- Eu adoro pescar muito mais do que caçar. Se eu pudesse, estaria por todo o tempo explorando esta região e me aventurando nos rios maravilhosos que tem aqui. Os peixes são enormes, e me dá prazer quando eu consigo pegar um. A carne deles, então, nem se fala, você precisa de provar a carne do Pintado para ver que não minto. Quando formos comer algo, vou te indicar o que provar. Aqui no hotel tem todo o tipo de peixe, e são por demais frescos.
- Você tem mesmo jeito para estas coisas... A impressão que me dá é que estas terras, aqui, foram criadas para você!
- Verdade pura! Você está certa... Eu nasci no lugar certo, jamais vou precisar sair daqui para ser feliz e me sentir realizado. Aqui, eu me sinto corajoso e criativo.
E você, Olivia, nasceu no lugar certo?
Ele estava falando comigo e sua conversa tem um ritmo onde não tem como ter fim. Acho que poderia estar por todo o tempo a falar com ele... Ele não deixa o silêncio dominar, ele procura interagir. Júnior não é assim, ele é muito silencioso e isto, às vezes, me incomoda. Para Júnior o silêncio é importante, mas eu queria que em meu relacionamento o silêncio não atrapalhasse muito. Eu tenho tanto par falar e, muitas vezes,  não encontro respostas quando falo com Júnior... Ele escuta, sorri, observa e não fala
Estava ainda observando toda a paisagem com o binóculo quando por um instante o olhei e respondi:
- Difícil responder esta sua pergunta... A única coisa que sei,  ultimamente, é que nasci da mãe certa. Todas as outras coisas, eu ainda estou tentando descobrir.
Ele me sorriu de um modo carinhoso como se quisesse me ajudar e falou:
- Eu desejo mais que tudo que você possa descobrir a coisa certa, que descubra tudo que te deixa em dúvidas, porque não é bom se sentir perdida.
Sabe Olivia, para mim falta pouco para me sentir completamente realizado. Talvez, eu esteja exagerando em dizer assim, mas eu não sou uma pessoa que precisa possuir muito para me sentir bem. Eu, agora, consegui comprar as terras que tanto desejava, vou poder cultivar, criar meus animais e queria que Deus me fizesse conhecer uma pessoa para amar que não fosse daqui, desejaria uma mulher de outro lugar que ao conhecer tudo aqui, gostasse muito ao ponto de se sentir bem para estarmos tranquilos e sermos felizes, porque as mulheres daqui não me fariam feliz, elas não me atraem.
Falou me olhando fixo como se quisesse me dizer que, na verdade, já havia encontrado, que Deus havia escutado as suas preces.
Ele ao falar assim, foi se aproximando cada vez mais de mim... Ele esperava de mim um segredo revelado, um demonstrar de desejo. Esperava que eu deixasse ele se aproximar e poder me ver e sentir como desde o inicio desejou. Eu sei que ele, neste momento, quer me beijar... Eu sinto através do olhar dele, mas um beijo seria pouco para saber se eu gostava mesmo dele. Um beijo é muito pouco para me entregar aos seus braços!


Procurei me afastar dele. A cada instante ele se aproximava mais e mais de mim enquanto falava. Eu já estava conseguindo ver os detalhes de seus olhos e suas pupilas estavam dilatadas. Tinha que me afastar, senão ele escutaria as batidas fortes do meu coração. 
Ao me afastar quase que caio na piscina, um passo a mais estava dentro daquela água. Ele agarrou meu braço e falou rindo, por perceber o quanto fugia dele:
- Cuidado, esteja atenta! Não vai querer dar um mergulho agora. 
E,  neste momento, em vez de me afastar, aconteceu o contrário. Estava praticamente em seus braços, que ao me puxar me levou para perto de seu corpo. Eu gosto do olhar dele para mim, o olhar dele me derrete toda, eu fico sem ação.
Neste instante, para me deixar mais a vontade, ele me convidou para andar um pouco pela cidade já que teríamos que esperar Letícia melhorar, para irmos na Chapada dos Guimarães.
Eu aceitei sabendo que estava errando. Sair com ele por aí e deixar Júnior dormindo não era a coisa certa, mas eu não resisti ao seu convite, porque queria mesmo poder conhecer tudo que havia na cidade. 


Ele deixou um aviso na recepção, caso Letícia me procurasse e saímos. 
A cidade era mesmo muito campestre. Havia muito verde e suas árvores eram cheias de pássaros. Caminhamos em direção ao centro onde havia a Igreja e todo o pequeno comércio da cidade... Lojas, açougue, banco, mercearia e havia também o tabelião da cidade perto da praça... Tudo era em torno de uma praça que formava todo o centro.
Juliano por todo tempo que caminhávamos, contava o que sabia da história da cidade. Disse que a população atual dentro da cidade era em torno de 6.000 habitantes. 
Eu estava gostando do passeio. Estava divertido e nem notei que já estávamos um pouco fora da cidade... Ele se dirigiu em direção a um rio que havia ali perto e queria me mostrar e falou:
- Você gosta nadar Olivia? Vamos, não tem perigo aqui!
- Eu adoro água de rio, mas não vou fazer esta loucura não, nem insista. Prefiro só colocar o meus pés nele enquanto conversamos.
Eu penso coisas parecidas com as que você pensa... Você falou sobre esperar alguém chegar aqui para te fazer feliz, lembra? Muitas vezes, imagino que posso ser uma ilha deserta e flutuante que ao sair flutuando por ai, ela vai conseguir encontrar o lugar certo para se atracar.


Falei sorrindo demonstrando que, muitas vezes, a minha imaginação é um pouco louca. Eu acho que ele gostou do que falei porque também sorriu e disse:
- Interessante, gostei. Você uma ilha e eu aqui que espero esta ilha que vem de algum lugar chegar aqui na minha região ou... Quem sabe já chegou? Talvez esteja na minha frente, mas não consigo
aproximar por ter algo que está me impedindo de vê-la. A visão e a aproximação é pouca porque na sua frente tem uma montanha que a esconde do mundo.
- Não exagerar! 
Falei gargalhando...
- Então se você se sente uma ilha flutuante, significa que você não gosta tanto do lugar em que nasceu. Este seu interesse de encontrar outro lugar como poderia ser? Até fiquei muito curioso... Como você o imagina?
Sorriu demonstrando curiosidade ao perguntar. 


- Juliano, eu acho que deveríamos voltar para o hotel, o que acha? Pelo caminho eu vou falando sobre o que imagino...
- Sim é melhor a gente voltar, eles podem estar preocupados. Mas eu quero saber o que você pensa! Quando passarmos lá na praça vou comprar um algodão doce para você! Você conhece algodão doce, Olívia?
- Claro que sim! Conheço e adoro!
E assim fizemos... Seguimos caminho em direção à praça da cidade e por um instante, eu comecei a imaginar:


"Eu sei que não é nada bom se sentir uma ilha deserta, sem um lugar fixo para formar raízes sólidas. Não é bom vagar por caminhos sem direção à procura de uma felicidade que não sabe onde poderá estar. Deste modo, não conseguiria encontrar tantos momentos de felicidade, não conseguiria relembrar com alegria o passado por não haver um passado certo, daqueles que se constrói junto a quem ama. E não conseguiria criar a sua colcha de retalho, para um dia poder mostrar à todos que ama! Eu quero construir a minha colcha, eu quero relembrar meus amigos e tudo que vivi, mais que tudo! 
Penso que ninguém, por mais que tente, conseguiria se sentir único e indiferente de tudo. Não é assim que se constrói um grande passado!"
E olhando para Juliano, comecei a falar ao caminhar. Respondia, enquanto ele me escutava com muita atenção! 
Autora: Aymée Campos Lucas
Ultima parte do capitulo 20
Aventura de Louco, Todo Mundo quer um Pouco
Capitulo 20 - última parte
Todos os direitos reservados
Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o Link:



Capitulo 20 está pronto...  Mas a aventura na Chapada ainda não terminou. 
Ao escrever sobre o passado, relembrei a colcha de retalhos da avó de Olívia. Foi pura invenção, imaginação, toda aquelas estórias que sua avó contava mas... Na realidade a minha avó, tinha uma colcha de retalhos e,  talvez, escrevi tudo isto, porque lá escondido na minha mente, neste labirinto sem fim, talvez ela realmente me mostrava os retalhos e contava sobre a sua vida, as nossas vidas. Talvez ela tenha feito isto mas eu não me lembro! 
Eu encontrei este vídeo que gostei muito que mostra tudo do lugar e quis mostrar. 




3 comentários:

  1. Alô. Aymée
    Muita autoanálise, hein?
    Mas, Olívia deixar o Júnior dormindo e sair para conhecer as redondezas com um cara entrão como Juliano, tá pedindo, né?
    Se o Júnior não acabar com isto de vez agora, tem que apanhar!
    Vai dar chance assim lá na Chapada!
    Joga a toalha e cai fora logo!
    Fica bem menor o papelão!
    Abraços!

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  2. Não esqueci a sua história, Aymée.. Estou com problemas na minha conta: só consigo publicar na janela popo-up. Abra-a, por favor: Painel/Configurações/Comentários/Janela pop-up. Agradeço-lhe.
    Beijos tropicais

    Antonio Jose Rodrigues

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  3. Bom demais ser criança querida. Sem responsabilidades, sem contas a pagar, sem ter que juntar dinheiro, comprar casa carro, administrar tudo isso. Sem se preocupar em cuidar de si próprio pq sempre tem pai, mãe, e família fazendo isso e enchendo de mimos.
    Nossa, que passeio... a imaginação da gente é mesmo um pouco louca, antes de dormir, não tem jeito a gente pensa, imagina e sonha acordada, quantas lembranças, recordações.
    Adorei o capítulo. Peço desculpa pela ausência. Tenho andado sobrecarregada ultimamente. Mas sempre que posso venho te ler.
    Bjs da Joii.

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